Aloísio Magalhães

Apesar de singela a intenção deste evento não é modesta. Nosso propósito é resgatar uma importante parcela da história recente do Design brasileiro.

O Grupo Teoria, História e Crítica do Design (THC Design) ao conceber, produzir e montar a exposição Traços de Aloísio, aproveita a oportunidade para fortalecer uma consciência coletiva, a partir da trajetória do designer.

Para alguns, este resgate significa libertar a memória do esquecimento, para outros,  ampliar as fronteiras impostas pela ignorância, consequência de um país assolado pela colonização cultural. Hoje, ao encerrar a primeira década do terceiro milênio, o design começa a se consolidar no Brasil e, ironia ou profecia, a importância de Aloísio neste processo, jaz esquecida ou ignorada.

“Casa de ferreiro, espeto de pau”, ele que defendeu o patrimônio cultural, a memória, o passado como indicadores importantes, agora padece do problema a que combateu: o esquecimento, a indiferença. Numa breve, mas fecunda passagem na gestão de política cultural (1975-1982), sua postura primou pelas noções de continuidade e bens culturais. Ambas se articulam pelo fortalecimento de um patrimônio tão caro a todos os brasileiros: a identidade cultural.

Seu discurso sinalizava que os “indicadores básicos” para nossa identidade cultural são os bens culturais, os valores permanentes da nossa memória coletiva.

“Só o acervo do nosso processo criativo, aquilo que construímos na área da cultura, na área da reflexão que deve tomar aí o seu sentido mais amplo – costumes, hábitos, maneiras de ser. Tudo aquilo que foi cristalizado nesse processo, que ao longo desse processo histórico se pode identificar como valor permanente da nação brasileira. Estes são os nossos bens, e é sobre eles que temos que construir um processo projetivo” (MAGALHÃES, 1982).

O marco que assinala o início de sua vida pública é a fundação do Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC), em Brasília, em 1975, cujo objetivo era levantar, documentar e divulgar as manifestações culturais nacionais. A partir deste trabalho, “transcende a atividade de criação da forma para a de criação de estruturas de ação” (REDIG, 1989).

O marco que assinala o início de sua vida pública é a fundação do Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC), em Brasília, em 1975, cujo objetivo era levantar, documentar e divulgar as manifestações cul-turais nacionais. A partir deste trabalho, “transcende a atividade de criação da forma para a de criação de estruturas de ação” (REDIG, 1989).

“Santo de casa não faz milagre?” Talvez, mas a mostra Traços de Aloísio busca assinalar que é importante revelar porque o dia 5 de Novembro é, por decreto, o Dia Nacional do Design. Data do nascimento de Aloísio, um brasileiro que devido a sua atuação como designer e gestor na política cultural representa um marco da implantação da atividade no Brasil. E, por metamorfose:

Transforma-se o amador na coisa amada. Por virtude do muito imaginar.

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